Reflexão/Discussão: Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira

Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira

Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira

por Sílvia Santos -
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     O Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira surge obviamente perante uma necessidade de acolher e receber todos aqueles que vieram para o nosso país para procurar uma vida melhor, seja por questões políticas ou questões sociais. Os cinco eixos estratégicos nos quais assentam este plano, demonstram como se pretende fazer chegar a língua portuguesa a todos- crianças e adultos- garantindo assim a sua verdadeira integração e o seu verdadeiro acolhimento. De facto a leitura dos diferentes eixos demonstra uma profunda preocupação, a vários níveis, em promover a aprendizagem da língua portuguesa. No entanto, ainda existem bastantes desafios pela frente e algumas. O desafio está em melhorar a divulgação da oferta formativa existente e reduzir os obstáculos ao acesso da população migrante à oferta formativa. A maioria dos cidadãos e cidadãs migrantes procura aprender a língua portuguesa, mas nem sempre têm o apoio necessário para chegar a aprender, no caso dos adultos, ora porque não têm conhecimento para pesquisar a oferta formativa disponível, ou muitas das vezes o trabalho não lhes permite a frequência destas formações. Outro aspeto a melhorar é a oferta formativa para cidadãos e cidadãs migrantes com necessidades específicas, como surdos, mudos e cegos, existe uma pequena porção da população migrante nesta situação que aguarda também uma oportunidade. Aqui as relações entre entidades oficiais e outras entidades relevantes, como as associações de apoio a migrantes e refugiados, que considero muito importantes, deveriam estreitar-se ainda mais. A formação dos professores e dos técnicos que apoiam os cidadãos e as cidadãs migrantes é um outro desafio, porque é uma etapa crucial para a queda de algumas barreiras e obstáculos culturais que muitas vezes surgem. Existem algumas pós-graduações disponíveis para professores no âmbito do ensino de PLNM e de PLA, mas ainda são poucas. Existe ainda a questão da oferta formativa ser escassa para o número de formandos migrantes que a procura, mais especificamente em relação a Português Língua de Acolhimento. As listas de espera são longas.

     Concluindo, os objetivos de cada eixo estratégico no Plano são claros e parecem, que de alguma forma,  tentam ultrapassar muitos dos obstáculos detetados para que todos os que queiram fazer parte da nossa comunidade através da aprendizagem da língua e da cultura, o consigam fazer com sucesso.