Na minha opinião, a professora Raquel adequou as estratégias de acordo com a heterogeneidade da turma. Usou estratégias variadas e teve em conta as diferentes necessidades dos alunos. Além disso, promoveu a aprendizagem ativa e colaborativa, o que pode ajudar a melhorar os resultados de aprendizagem de todos os alunos.
Começou por aplicar a ficha de identificação, como forma de conhecer os seus alunos, realizou o diagnóstico inicial para conhecer as suas necessidades de aprendizagem e saber qual o nível de proficiência (os alunos tinham diferentes ritmos de aprendizagem, diferenças relativamente à proximidade da língua e dos níveis de língua). Este foi o ponto de partida para que o ensino estivesse adequado ao perfil de cada aluno.
Quanto às estratégias mencionadas, a professora adotou as seguintes:
- Constituição de grupos flexíveis: permite que os alunos trabalhem em diferentes níveis de dificuldade, de acordo com suas capacidades e conhecimentos. Nesta perspetiva, os grupos possibilitam que a professora oriente diferentes tipos de atividades e que realize atividades específicas de acordo com o perfil dos alunos, possibilitando também apoiar os alunos que necessitem de mais atenção. Além disso, facilita a interação entre os alunos.
- Trabalhos de casa: leva a que os alunos revejam o que aprenderam nas aulas, pratiquem a língua portuguesa em casa e é uma forma de atenuar a falta de assiduidade. No meu entender, se forem trabalhos equilibrados em termos de quantidade e se forem ao encontro dos interesses dos alunos, podem ser muito positivos na aprendizagem. Além disso, permite que os alunos menos assíduos possam realizar as tarefas sem prejudicar os que são assíduos.
- Criação de tópicos de discussão com base em aspectos culturais e partilha de produtos típicos dos países de origem dos alunos: Raquel Pereira aproveitou a heterogeneidade do grupo como uma oportunidade de aprendizagem para todos os alunos, tirando proveito da mesma.
- Adaptações de manuais: a estratégia permite que a professora utilize materiais didáticos mais adequados ao nível de proficiência dos alunos, o que pode ajudar os alunos a sentirem-se mais motivados e a aprender de forma mais eficaz.
- Produção de materiais: possibilita que a professora crie materiais didáticos que sejam específicos para as necessidades dos seus alunos. Isso pode auxiliar o processo de ensino e aprendizagem e os alunos a sentirem se mais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Com base na bibliografia relevante para o ensino de PLA, seleccionei duas estratégias adicionais:
- Inserção de atividades lúdicas – e.g. “Bolsa de Perguntas” – Bottura (2019);
- O ensino por tarefas, organizadas de forma modular, com princípio, meio e fim a cada aula, de forma a permitir que os aprendentes tenham um certo progresso, mesmo sem frequentarem regularmente as aulas.
- Sugerir e fazer tarefas com temáticas que motivem os diferentes públicos e os ajudem a melhorar a sua comunicação nos diferentes domínios em que têm de atuar.