Eu, leitora e escritora
Breve história da minha literacia
Desde sempre, na casa dos meus pais e avós paternos houve livros, revistas, jornais diários, recortes, papeis, lápis, borrachas, afias e aguarelas.
Quando passávamos temporadas com os meus avós maternos, os dias eram passados no campo e as noites a conversar.
Em pequena, recordo-me de passar longas horas com o meu irmão a desenhar e a pintar, do quanto eram agradáveis os aromas do papel e da madeira dos lápis.
A minha mãe guardava bonitas fotografias coloridas numa caixa retangular que, volta e meia eram revisitadas.
A minha avó Sara, do lado do pai aproveitava qualquer papel ou livro de culinária para escrever novas receitas que nunca punha em prática.
Não me lembro propriamente, de quando comecei a gostar de ler, mas sim das sensações trazidas pela leitura de: aconchego, conforto, novidade, aventura, temor, excitação, insónia até acabar o que estava a ler, tranquilidade, perspetiva, conhecimento, diferença, pertença, possibilidade, transcendência e criatividade.
A minha literacia fez-se e faz-se de palavras, notas, apontamentos, pensamentos, excertos, comentários, da leitura de revistas, banda desenhada, poesia, livros de aventura, mistério, romance, literatura fantástica, jornais, artigos sobre didática, textos escritos pelos alunos livros infantis e juvenis, pela conversa, papel e digital.
Gabriela Barbosa