Aprender +: Estratégias de Leitura e de Escrita

Posso dizer que comecei a ser uma leitora imaginária, antes de saber ler, quando o meu avô me contava histórias e eu tinha 4 ou 5 anos. Eu ouvia histórias e imaginava todos os espaços e todas as personagens. Mais tarde, aprendi a ler mecanicamente com a minha mãe, quando emigramos para Angola e no sítio onde estávamos, Cabinda, um enclave no norte do país, não havia escolas para eu frequentar. Quando mudamos de sítio e fomos para a capital, Luanda, já foi possível frequentar uma escola (Cooperativa de Ensino Português), e aí sim, tive uma boa experiência de aprendizagem. Apesar de logo perceber que a minha área mais forte era a Expressão Plástica, eu gostava muito de ler e escrever. Posso dizer que quem mais fomentou em mim o gosto pela leitura foi a minha mãe, que ia à Praça (aqui em Portugal chamamos Feira) e me comprava livros. Gostava muito das imagens, das ilustrações, porque gostava de as copiar e um dos livros que era das receitas da Avó Donalda, fez com que eu começasse a aprender a fazer bolos. Aliás, foi a primeira coisa que aprendi a fazer na cozinha, por volta dos 11 ou 12 anos. Quando comecei a ler, comecei a adquirir muitas competências de escrita, porque comecei a interiorizar os métodos, os modos de escrita utilizados. Isto foi muito gradual, sempre, num processo contínuo, até aos dias de hoje.