Em primeiro lugar, a Prof. Teresa Pereira apresenta um leque de sugestões estratégicas e procedimentos bastante coeso e diversificado, sendo que o teste diagnóstico como ponto de partida me parece muito eficaz para determinar o tipo de abordagem que irá ter com a turma, por mais que o nível de certificação esteja previamente definido.
De facto, a fase de diagnóstico é muito importante para escolher o tipo de materiais a criar e o pequeno grupo de aprendentes a quem se destinam, apostando na diversidade. Note-se aqui a preocupação da professora em distinguir os aprendentes hispanofalantes dos restantes, uma vez que a base linguística é naturalmente mais próxima do português do que o que acontece com aqueles que têm, inclusive, uma escrita diferente, como é o caso dos russos, com um alfabeto diferente.
Considero também muito positiva a estratégia de interação com base na partilha de produtos de origem de cada país, com a intenção de promover a coesão do grupo, assim como a utilização de materiais distintos para dar resposta à heterogeneidade da turma.
Relativamente ao trabalho de casa, confesso a minha apreensão, até porque o seu público-alvo deverá ser maioritariamente trabalhador e esse tipo de atividade extra nem sempre é bem recebido. Pelo menos tal acontece nas minhas turmas de PLA, em que os formandos chegam já com atraso às aulas devido ao horário de trabalho e são pouco flexíveis ao trabalho fora da aula.
Em contrapartida, a criação de tópicos de discussão parece-me muito positiva e, normalmente, acaba por ser um momento de catarse para os formandos que parecem compreender melhor determinados aspetos quando estes são enunciados pelos seus pares, à semelhança das tutorias no caso dos alunos mais jovens. Neste caso, as dúvidas de uns são os esclarecimentos de outros.
Por fim, relativamente à avaliação, em vez de apenas um exame final, que muitas das vezes se torna num obstáculo emocional, optaria por vários testes intermédios para que os formandos criassem hábitos de avaliação e não ficassem nervosos perante o suposto peso de um exame.
Para os formandos que têm mais dificuldades em acompanhar o rápido ritmo que o referencial impõe, poderia sugerir a criação dos já velhinhos “objetivos mínimos” com base nas áreas vocabulares de cada unidade a trabalhar, por exemplo, com base nos jogos de vocabulário, Wordwall, ou até fichas com exercícios de aquisição de vocabulário com base no livro da LIDEL, Vamos Lá Começar, Níveis Elementar e Intermédio. Propunha ainda a utilização da App Português para Principiantes, com exercícios básicos de áudio e escrita, para tentar colmatar as dificuldades existentes na preparação para os vários momentos de avaliação.
Por norma, as pequenas apresentações orais sobre assuntos de cariz individual, como a roupa que traz vestida, o país onde vive, a descrição da sua casa ou da sua casa de sonho, acabam por desbloquear um pouco o aprendente e resolvem as nossas dúvidas em termos de avaliação.